Arquivo para outubro, 2012
Noturno número um
Com mão invisível,
Você me livra de
fechos e laços
O céu ainda não decidiu
engolir todo mundo no breu.
A terra das estrelas
é remota ainda
(A lua ainda orquestra as marés)
E nós somos ainda pequenos,
desde o começo de tudo.
Nada se agita na superfície:
Dormimos em paz
nos lençóis, não nas ondas
Sorrimos com ignorância fingida.
Sabemos, mas ainda há flores.
Nada se agita na superfície.
Sangramento
Já não há mais o que me fira.
(Alguns animais têm patas pequenas
Mas certeiras
Todas as entranhas
De um só golpe
Na calada
Da noite)
Já não há mais o que me fira.
Este mundo
Sem medo
Ainda não faz
Sentido