Arquivo para abril, 2012

Véu #1

Dissimulada:
Pecado, quem disse?
Afinal só o que você faz é construir uma verdade,
outra,
Na palma
Da mão

Que acena
Mas também se guarda, eterna,
Austera,
Nos bolsos.
E não sai jamais, jura.

Dissimulada:
Ninguém nem faz idéia.
A mentira pura que contar
Vai ficar como verdade.
O que quer que você negue,
Faça-o com força que pega.
Não há que se pagar nada.

Afinal as duas ou três coisas
que você sabe sobre tudo podem ser também
mentira deslavada.
No fim tudo fica na sombra.

Vai lá e erige seu castelo de papel
Sobre a areia movediça.
Não importa:
Os castelos de ferro
Sobre o mais sólido solo
Terão o mesmíssimo destino.